terça-feira, 13 de março de 2012

PRÉ-HISTÓRIA E ORIGEM HUMANA

AS ORIGENS E O DESENVOLVIMENTO INICIAL  
DA HUMANIDADE

·      Existem duas teorias para explicar a origem do homem: o criacionismo e o evolucionismo;
·      Criacionismo -> Bíblia (Gênesis: Adão e Eva).  É uma concepção baseada no pensamento judaico-cristão;
·      Evolucionismo -> Charles Robert Darwin (1809-1882). Afirma que o homem e os demais seres vivos originaram-se de organismos mais simples, que sofreram transformações ao longo do tempo;
·      Os hominídeos apareceram há mais de 4 milhões de anos, na África e evoluíram até chegar à forma Homo sapiens sapiens;
·      O termo pré-história tem conotação negativa, por associar a história apenas á experiências humanas;
·      A pré-história pode ser dividida em três períodos:
è Paleolítico: pedra lascada, + de 2,5 milhões de anos
è Neolítico: pedra polida, 20 mil anos atrás
è Idade dos Metais: por volta de 6000 a.C.
·      A sociedade paleolítica garantiu sua subsistência por meio da caça, da pesca e da coleta de frutos e raízes. Viviam em grupos e utilizavam instrumentos produzidos com pedras lascadas, ossos e madeira. Eram nômades. Por volta de 500 mil anos ocorreu o controle do fogo;
·      Durante o período neolítico ocorreu à domesticação de animais e a agricultura. O cultivo dos campos contribuiu para o aumento da população, pois houve um aumento significativo na produção de alimentos -> Revolução Neolítica ou Revolução Verde;
·      Os povos da pré-história não conheceram o controle do Estado, não existia hierarquia, relação de poder e dominação. A função do chefe estava relacionada a resolver conflitos.















DAS ALDEIAS PRÉ-HISTÓRICAS AOS PRIMEIROS ESTADOS

·      A arte foi à primeira forma de expressão do homem primitivo -> Pinturas rupestre e esculturas;
·      No início do período neolítico os grupos de caçadores e coletores já dispunham de uma razoável bagagem cultural  (já sabiam os animais mais adequados para caça e começavam a polir seus instrumentos de pedra);
·      Há aproximadamente 12 mil anos surgiu à agricultura, contribuindo para que os grupos se fixassem nas áreas mais férteis. Essas transformações tiveram início no Crescente Fértil - faixa de terra que se estende desde o vale do Rio Nilo, no Egito até a Mesopotâmia, cortada pelos rios Tigre e Eufrates – (região que hoje corresponde ao território do Iraque e da Síria);
·      Nas aldeias a comunidade era constituída por poucas famílias extensas, conhecidas como clãs. Eram grupos que tinham um antepassado comum, e juntamente com outros clãs formavam uma tribo;
·      Logo surgiu a figura do patriarca, escolhido entre os mais valentes e sábios chefes de família, líder religioso e político;
·      Nas aldeias a atividade fundamental era o cultivo dos campos, feito pelo grupo, que depois se apropriavam coletivamente da colheita;
·      Divisão do trabalho-> Homens e Mulheres, não havia trabalhadores especializados
·      Criavam-se cabras, porcos e bovinos. Entre as plantas mais cultivadas estava o trigo e a cevada. Utilizavam o linho e lã na fabricação do vestuário assim como o couro;
·      Com o tempo as aldeias passaram a ser cercadas por muros de proteção. Os habitantes passaram ater o conhecimento das chuvas, das marés, drenagem de pântanos, construção de diques. O avanço na agricultura possibilitou o aumento da produção de alimentos, gerando excedente em maior escala. Isso gerou o crescimento populacional, e a troca de excedente fez surgir o comércio;
·      As diferenças sociais foram surgindo à medida que as famílias que viviam em regiões mais férteis passaram a produzir e comercializar o excedente. Ao contrário das famílias que viviam em faixas de terra mais áridas;
·       Aos poucos os instrumentos de pedra foram substituídos pelos de metal -> Idade dos Metais. O cobre foi o primeiro metal a ser explorado, seguido do bronze e depois do ferro;
·      Com a metalurgia surgi à profissão de artesão;
·      A transformação de comunidades agrícolas em centros urbanos ficou conhecida como Revolução Urbana. Primeira cidade: Uruk (atual Iraque) na Suméria (Mesopotâmia);
·      A tradicional autoridade dos chefes de família vão se mostrar insuficientes para essa nova sociedade, surgiu então o Estado; Definição: conjunto organizado de instituições políticas, jurídicas, policiais, administrativas e econômicas, sob um governo autônomo e ocupando um território próprio e independente.
·      Os primeiros governantes do Crescente Fértil foram reis-sacerdotes;
·      A união de algumas cidades deu origem a impérios que dominaram muitos povos e se estenderam por vários territórios.




COLONIZAÇÃO PORTUGUESA NA AMÉRICA

COLONIZAÇÃO PORTUGUESA NA AMÉRICA

·         Até o século XIX, não havia, portando, uma história do Brasil propriamente dita. Pois não havia nenhuma noção de unidade entre os nativos.  Havia simplesmente, um Império Português, formado por uma metrópole – Portugal – e muitos territórios coloniais, espalhados pela América, Ásia e África. Até aquele século, tudo o que se passou no Brasil era considerado parte da história de Portugal;

·         Ao contrário dos movimentos expansionistas anteriores (impérios Persas, Assírio, Romano na antiguidade, Han dos chineses, Mongol na Ásia, Mali e Songai na África), que buscavam se apossar de massas territoriais contínuas, os portugueses conquistaram em primeiro lugar, o Oceano Atlântico;

·         A colonização ultramarina portuguesa iniciou-se em meados do século XV quando, após a tomada de Ceuta, no norte da África, teve início à colonização dos arquipélagos dos Açores e Madeira, até então desabitados. Produtos agrícolas passaram a auxiliar o povoamento da região, que desempenhava importante papel no processo de exploração do litoral africano (feitorias e fortalezas);

·         O ouro era o principal objetivo dos empreendimentos marítimos;

·         As autoridades portuguesas buscaram legitimar perante os demais poderes católicos europeus, e por intermédio do papa, a conquista de novas terras. Isso ocorreu através da bula papal Romanus Pontifex (1454). O documento voltava-se principalmente aos rivais de Portugal na Europa, proibidos de questionarem o monopólio lusitano sobre as terras descobertas;

·         Em 1494, foi assinado entre Portugal e Espanha o Tratado de Tordesilhas, para resolver a disputa em torno das descobertas de Colombo (atingiu as Índias navegando pelo ocidente), Portugal preocupou-se em garantir suas rotas marítimas no Atlântico Sul. Uma linha imaginária que passava a 370 léguas a oeste de Cabo Verde, as terras a oeste pertenceria à Espanha e a leste era de domínio Português;

·         Com seus navios fortemente armados, os portugueses conquistaram Goa (1910), Málaca (1511) e Ormuz (1515), consolidando o Estado da Índia.

·         Os portugueses levaram a Ásia, África e América, a religião cristã, com suas crenças, cultos, imagens e visões de mundo, além de formas de vestimentas, alimentação e comportamento que serviram para alterar os costumes e modos de vida das populações nativas. Em muitos casos, o contato com os portugueses desestabilizou as relações entre os nativos, causou uma alta mortalidade nas populações nativas;

O INÍCIO DA EXPLORAÇÃO DO TERRITÓRIO

·         Em abril de 1500, a expedição comandada por Pedro Álvares Cabral aportou no sul da Bahia, mais nem de longe despertou o mesmo entusiasmo causado pelo lucrativo comércio de especiarias da Índia;

·         Assim como o litoral africano, os portugueses iniciaram a exploração do território brasileiro utilizando o sistema de feitorias. Nos anos iniciais a principal riqueza era o pau-brasil, que era explorado em regime de escambo com os índios;

·         Nos primeiros anos após a conquista portuguesa, a costa brasileira era constantemente visitada por mercadores marinheiros franceses, holandeses e ingleses, também interessados no corante vermelho para as manufaturas têxteis do norte da Europa;

·         A saída encontrada pelo rei português para manter o controle do território foi criar o sistema de capitanias hereditárias, em 1530, mais já testadas na Ilha da madeira e nos Açores, depois em Cabo Verde e São Tomé;

·         O rei doava uma faixa de terra a um súdito, que recebia o título de donatário, a posse era hereditária. Em tese, as terras doadas eram propriedade do rei, mas o donatário tinha a posse da terra e dispunha de todos os poderes políticos e judiciais sobre ela. Em contrapartida o donatário deveria garantir a defesa militar da capitania e estabelecer boas relações com a população indígena e missionária. Assim como organizar e desenvolver a produção local, montar um aparato administrativo e jurídico, e finalmente estimular o povoamento da capitania;

·         Esses donatários eram geralmente nobres, que possuíam posses, para assegurar a instalação de engenhos e investimentos nas capitanias;

·         As capitanias hereditárias começaram a ser criadas com a expedição de Martim Afonso de Souza (1530-1532). Foram criadas 15 capitanias e doadas a 12 donatários, cada capitania deveria abranger uma faixa de trinta léguas de norte a sul e cem léguas de leste a oeste;

·         Mas logo o sistema se capitanias demonstrou-se insuficiente, com exceção das capitanias de São Vicente e Pernambuco, nenhuma outra prosperou. Alguns donatários sequer conheceram suas capitanias. Conflitos entre os nativos e os colonos portugueses, à distância e a dificuldade de comunicação entre as capitanias e a falta de conhecimento e recursos de alguns donatários foram uns dos motivos que ocasionaram o fracasso;

·         O fracasso do sistema de capitanias impulsionou a centralização administrativa, e em 1548 foi criado o governo geral, sediado na Bahia de Todos os Santos, que foi convertida em capitania especial, por ser considerada estratégica devida sua posição geográfica privilegiadas, seu porto e sua facilidade de comunicação com a Europa. Logo Salvador desfrutou a condição de capital do Brasil, pelo menos até 1763, quando mudou para o Rio de Janeiro;

·         Tomé de Souza, foi o primeiro governador geral, chegou ao Brasil em 1549, trazendo sua vasta experiência ultramarina. Com eles vieram os primeiros missionários jesuítas, chefiados por Manoel de Nóbrega. No contexto da Reforma Religiosa, os jesuítas encaravam a América como um campo de expansão da Igreja Católica. Eles desempenharam um duplo papel, além da conversão da população nativa ao cristianismo, também a parceria com a Coroa na colonização do Brasil;

·         Durante o governo de Tomé de Souza a colonização portuguesa na América começava a prosperar, com a chegada de escravos africanos para trabalharem nas lavouras açucareiras;

·         Em 1555 uma expedição militar francesa se instalou na Baía de Guanabara (Rio de Janeiro) fundando a França antártica. Os franceses aliaram-se aos nativos e passaram a comercializar gêneros da terra com a Europa, após alguns anos de combate os franceses foram expulsos. Mas em 1612 os franceses criaram no Maranhão a chamada França Equinocial;

·         As primeiras referências a produção açucareira no Brasil datam da década de 1930, com o estabelecimento dos engenhos em São Vicente e Pernambuco, em um primeiro momento a mão de obra utilizada foi à indígena, porém a produção sé aumento quando é implantado o escravo africano;




O BRASIL AÇUCAREIRO

·         No século XVI, as principais regiões canavieiras do Brasil eram Pernambuco e Bahia, no século XVII houve ascensão do Rio de Janeiro e Maranhão. No século XVIII foi à vez se São Vicente conhecer o desenvolvimento do açúcar;

·         O engenho que utilizava moinhos cuja força motriz era hidráulica era chamado de real, enquanto o que era movido por força animal era chamado de trapiche;

·         O engenho era composto por: local de fabricação do açúcar (moenda, os fornos, a casa de purgar, os galpões de estoque), as senzalas, a casa grande, a capela, os canaviais e as roças;

·         A manufatura do açúcar era trabalho de grande complexidade: o plantio e o corte, seu transporte até a moenda, a trituração da cana, o aquecimento do caldo até a solidificação, a purga do açúcar, seu encaixotamento e distribuição. Além ainda dos feitores que cuidavam do trabalho e dos castigos dos escravos;

·         O trabalho era excessivo para o escravo, com uma carga horária que podia chegar a 20 horas, os escravos que trabalhavam na casa grande se sentiam privilegiados, pois lá o trabalho era visto como menos degradante;

·         Além do trabalho escravo, os engenhos empregavam os trabalhadores assalariados, livres e semilivres (carpinteiros, lavradores, médicos, feitores, mestre de purgar...);


A AÇÃO DOS JESUÍTAS NA COLÔNIA

·         A Companhia de Jesus era uma ordem religiosa, fundada na Europa em 1534, no contexto da Reforma Religiosa, com o objetivo de levar o cristianismo a outros povos, para buscar novos seguidores. Os jesuítas tiveram um importante papel na colonização portuguesa, por meio da criação de colégios e aldeamentos de índios;

·         Os índios eram deslocados de suas aldeias para as missões, onde estudavam a doutrina católica e eram batizados. As missões ou aldeamentos estenderam-se por vários pontos. Cada missão se organizava como uma verdadeira cidade, pois eram autosuficientes;

·         A primeira tentativa de criação das missões usou como estratégia obter o respeito dos nativos, substituindo a cura oferecida pelos pajés pela intervenção médica. A missa passou fazer parte do cotidiano dos nativos, mas com encenações evangélicas feita pelas crianças, mas essa primeira fase se mostrou um fracasso;

·         A segunda tentativa baseou-se no medo, o padre Manoel de Nóbrega, passou a se convencer que se não fosse pelo uso da força não aconteceria a evangelização;

·         No século XVII os nativos aldeados nas missões passaram a ser alvo da cobiça de colonos paulistas, chamados de bandeirantes, que viam as missões como fonte fornecedora de mão-de-obra escrava para o trabalho nas plantações. O paulista que mais se destacou foi Raposo Tavares que comandou vários ataques de aprisionamento a abrigos de índios guaranis;